segunda-feira, 30 de junho de 2008

Lingua(gem) e lingüística

A obra Linguagem e Lingüística de John Lyons, divide-se em 10 capítulos, é destinada a interessados em iniciar estudos na área de lingüística apresentado conceitos teóricos elaborados a partir de análises empíricas relacionados à lingüística moderna e enquadrando suas análises em contextos históricos. O autor dá prioridade no estudo de bases biológicas e culturais da linguagem; O objetivo do autor é “ apresentar aos alunos alguns dos conceitos teóricos e das descobertas empíricas mais importantes da lingüística moderna.”(pg. 11). O autor inicia o capítulo com a seguinte pergunta: “O que é a linguagem?”(pg. 15). A linguagem envolve vários sistemas de comunicação, notação ou cálculo, sobre o qual se possa discutir. Em matemática, os sistemas de notação são linguagens artificiais. O lingüista pesquisa se as línguas naturais possuem algo em comum que não seja pertencente “a outros sistemas de comunicação, humano ou não, de forma que seja correto aplicar a cada uma delas a palava língua”(pg. 17). Tanto a linguagem quanto às línguas específicas podem ser encaradas como comportamento, ou atividade, parcialmente observável e identificável como comportamento lingüístico. A linguagem portanto, pode ser considerada sob um ponto de vista comportamental. Mas pode ainda ser considerada sob outro dois enfoques, um deles estabelecido por Chomski entre competência e desempenho. A competência lingüística para ele é o conhecimento que o indivíduo tem, de uma determinada língua. “Um dos princípios fundamentais da lingüística moderna é o de que a língua falada é mais básica do que a língua escrita.”(pg. 24). Analisando as sociedades, percebe-se que a pouco tempo atrás a maioria das sociedades era composta por indivíduos analfabetos, porém sempre capacitados da fala. Do ponto de vista semiótico, pode-se analisar o processo de comunicação como uma comunicação a partir de um sinal que é transmitido por um emissor à um receptor por meio de um canal de comunicação, esse sinal tem uma forma e passará a ter um significado. Assim, “uma mensagem é codificada por um emissor e decodificada pelo receptor.”(pg. 29). Tanto as mensagens tanto podem ser faladas quanto escritas podem ser transmitidas. A língua é a mais flexível forma de se comunicar, pois através dela conseguimos transmitir emoções e sentimentos. Presentes em todas as comunidades do mundo os sotaques e dialetos, mas existem algumas diferenças entre eles, o sotaque diz respeito a pronúncia das palavras, mas não altera a forma gramatical delas, já o dialeto faz parte das origens geográficas e sociais de cada comunidade e existe a alteração na gramática. As línguas evoluem com o tempo, porém, os lingüistas, em sua maioria, não se preocupavam em investigar o desenvolvimento evolutivo das línguas, devido a impossibilidade de discernir sinais de evolução. Acredita-se que a língua se originou “como sistema de comunicação gestual, e não vocal” (pg. 38). Com o desenvolvimento dessa comunicação por meio de gestos, o homem teria ocupado com maior freqüência as mãos, o que o motivaria a ficar em pé, adquirindo potencial para o desenvolvimento de seu cérebro, que evoluiu no hemisfério dominante da fala. Texto apresentado por Jordana Bogo e Márcia Fernandes Referência: LYONS, J. Linguagem e lingüística. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982.

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